Falar sobre a morte é também uma forma de falar sobre a vida e cuidar da mesma, até porque as dores da perda e o fato do envelhecimento nos desafia a prestarmos atenção em nossa existência, sem falar que não somos sempre os mesmos, porquanto somos seres em processo de vir a ser fazendo a experiência inevitável da temporalidade. A realidade inexorável da morte é, pois, uma realidade existencial que nos faz olhar com mais sabedoria sobre a nossa condição, a nossa condição de seres finitos que tem no seu imaginário a janela para o infinito. Nunca podemos dispensar a disposição de encarar de frente esse assunto de vital importância a fim de, quem sabe, conseguirmos alcançar durante a nossa existência um ponto de equilibrio frente a tantos reveses, lutas e incertezas, nem que para isso consigamos elaborar uma forma de viver na mais perfeita forma de comunhão na terra e valorizar tudo aquilo que para nós é mais valioso do que o ouro, como uma amizade, um grande amor, a família, a própria vida, os seres de outra espécie que estimamos e a divindade que nos abre a possibilidade da transcendência na esfera do ser.