A maior solidão do homem (entendido como condição de não pertencimento) é muitas vezes estar no meio da multidão com toda sua sede de algazarra, euforia e diversão, fazendo o que o "a gente" faz só porque este diz que é mais adequado e aceitável socialmente. Às vezes, estar só com seus pensamentos mais sublimes é a maior glória que um homem pode ter para conquistar a paz, a liberdade e a esperança da vida. Nem sempre a condição de solitude contemplativa de um ser (propício para o desenvolvimento de sua criatividade e do sentido de sua missão) vem a ser uma mazela; pelo contrário, ela é a via para a restauração de sua força interior, especialmente para quem aprendeu a conhecer de forma corajosa e aguerrida as suas verdades, as suas belezas, as suas limitações e necessidades, e o significado de suas vivências, sem, no entanto, esmorecer por um período longo de tempo no meio do caminho, a fim de se iniciar no processo árduo da individuação: condição indispensável para a descoberta de sua própria alma.