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MEMÓRIAS SILENCIADAS
Memórias recentes de um recém-sepulto
Guardam tão bem o seu frescor E o cheiro de sua fantasmagórica presença, Mas que pouco a pouco, de forma irreversível, Começa o desbotamento das vivas cores Dessa marcante lembrança: Tão fortalecida outrora por um inverno De suspiros, lágrimas e evocações! Sim, pois ela enfim pode perder Todo o seu brilho e esplendor, Até que enfim reste pouca coisa No quarto escuro da memória. Com o tempo, inevitável e inexoravelmente, As lembranças de uma vida Ficarão estranhamente esparsas, Empurrando as marcas e os rastros de um ser Num passado cada vez mais distante. De tempos em tempos, tornar-se-ão longínquos A vivacidade das recordações de uma vida, Fenecendo de forma implacável Inclusive as lágrimas de uma doce saudade... É de nossa memória afetiva que podemos entoar O mais belo lamento numa elegia! Mas é o esquecimento progressivo De uma pungente dor E consequentemente a cura e o consolo, Que a vida sem mistificação Aprende tão bem a elaborar Após longos dias Embargados em desolações, inconformismos e luto.
Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 19/02/2023
Alterado em 19/02/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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