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O fim que às vezes sentimos
Geralmente não é o fim de tudo...
Muitas vezes ele é apenas a chance do recomeço:
Talvez para desmistificar ou reescrever.
Esse recomeço pode ser como a copa das árvores,
Cujas folhas se renovam após o inverno
Ou como a manifestação do arco-íris
Depois de um temeroso temporal.
O fim pode ser o caminho à redenção
Já em marcha quando não conseguíamos ver
Que através de uma morte passageira
Poderíamos ainda, milagrosamente, contemplar
O sol do amanhecer
Ou uma noite de luar e estrelada.
Não podemos morrer
Quando a esperança é invencível
Mesmo quando choramos
Com os olhos da alma do poeta
Ou quando desfalecemos no sono
Naqueles instantes mais invernais da vida.
Às vezes o fim que era inevitável
É a oportunidade de uma nova história,
Uma história com todos os seus desafios
E no coração a chama da perseverança
Em prol do que dá significado à existência.
O fim de uma situação
Pode ser o início de mais liberdade
Para um viver criativo.
E mesmo a dor que parecia nos consumir,
É a mesma que podemos ouvir
Para compreendermos melhor a verdade dos grandes porquês e do sofrer.
O fim, enquanto temos vida, é sempre abertura
Para uma nova referência e ponto de partida.