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O psicólogo é o agente de saúde que participa do processo de mudança de seu analisando, contribuindo de alguma forma com um trabalho cuidadoso, acolhedor e empático; e, ao mesmo tempo, é aquele que, pela escuta psicológica, dá espaço para o paciente falar livremente de si mesmo (manifestando suas emoções e sentimentos) e de se escutar no seu modo peculiar de se expressar.
A mudança no espaço terapêutico requer um esforço conjunto e que não dispensa a mobilização da coragem do paciente para encarar o desconhecimento no seu próprio íntimo. Mas para ser sincero, quem é responsável por mudar mesmo, quem faz diretamente a sua parte em todo processo de maneira determinada, é o próprio paciente que já entra na psicoterapia reconhecendo que precisa transformar alguns aspectos de sua vida, a fim de obter uma compreensão melhor de seu sofrimento e, consequentemente, alcançar um certo potencial de superação.
Qualquer psicoterapia que queira ser efetiva tem como objetivo o engajamento no trabalho incessante de aconselhamento, análise e compreensão de um ser humano, cujas demandas, ainda que guardem semelhanças com outros casos, é unívoca e singular.
É na observação da singularidade do consulente e de sua situação específica (uma originalidade incomparável), no qual o impele muitas vezes a enxergar o mundo de certa forma, que o profissional da psicologia tem condições de ajudá-lo a perceber as nuances de seu sofrimento e a possibilidade de se ordenar para enfrentar as complexidades de seus problemas.
O advento da consciência do indivíduo no que diz respeito a sua própria condição é o primeiro passo para o encontro do ser com o que há de mais essencial na sua alma.