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![]() A FLUIDEZ E EVANESCÊNCIA DA VIDA Em tudo o que fazemos Há uma sensação de transitoriedade. Um processo recém-inaugurado Já traz em si o germe do inevitável: A sua inclinação para se findar e se consumar, Abrindo espaço para novos percursos, Como um caminho que não tarda A ser completamente descortinado e percorrido.
Não há nada nesse mundo Que se mantém perpétuo e fixo, A não ser a perpetuidade da evanescência. Estamos todos vulneraveis A fluidez do efêmero e do passageiro. Vivemos assim uma quimera Justamente porque a qualquer hora Iremos já não ser.
O que construímos é apenas Um fragmento semeado no tempo, Pois em tudo se revela Os sinais do envelhecimento e da mutabilidade.
Não podemos entrar duas vezes No mesmo rio, já dizia Heráclito. E tal como o próprio rio: Fluimos enquanto é possível durar.
A cada dia uma parte de nosso ser se transforma E nos movimentamos de forma incessante Nessa temporalidade. Participamos todos de uma perene mudança Até o fim de nossos dias na terra.
Viver é antes de mais nada uma preparação Para a apoteose do fim de nossa existência. Somos também como uma chama numa vela: Fluindo com sua combustão, verticalmente. Como a vida, ela aos poucos se consome e se extingue Juntamente com a sua exuberante luminosidade. Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 01/07/2023
Alterado em 01/07/2023 Copyright © 2023. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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