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Não somos mais ignorantes pela ausência de informações, conhecimentos e instruções. Pelo contrário, hoje em dia a nossa cegueira se consolida pelo excesso de conteúdos que são despejados a cada minuto em nossa casa e em nossos celulares e computadores, facilitando o acesso a uma quantidade íncomensurável, e diminuindo o discernimento do que é mais proveitoso e essencial.
Boa parte do que nos chega incita a nossa curiosidade natural, sem que alimente o nosso coração de perspectivas edificantes; e, muitas vezes, o prazer fácil em relação ao que percebemos, nos deixa vulneráveis a um acesso que mais atrofia a nossa sensibilidade e percepção, do que nos ajuda a desenvolver as nossas faculdades passíveis de aprimorar a beleza de nossa existência nesse mundo.É claro que esse excesso nos torna cada vez mais desorientados no espaço e no tempo, em vez de nos auxiliar em nossa concentração e atenção.
Nunca se houve tantos casos de hiperatividade, ansiedade e depressão como em nossa época! Não é só um problema cognitivo, psicológico e existencial; é também um problema de ordem social e da humanidade. O problema está também em como o ser humano está conduzindo a sua vida e, o que é pior, mantém uma relação degradante com toda forma de vida na terra, ao ponto de dizimar espécies inteiras e derrubar tudo o que vem pela frente a fim de satisfazer demandas infindáveis.
Se ao menos tivermos essa perspectiva de nosso tempo, no qual exalta a velocidade e uma agitação cada vez mais frenética, conseguiremos nos atentar para o que realmente importa em nossa vida, não permitindo que a abundância de informações, principalmente, bombardeie sem qualquer defesa e proteção o nosso lar, a nossa caminhada existencial e o nosso cotidiano.