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No meu corpo eu posso experimentar
A dor e a alegria,
A angústia e o prazer,
A honra e o amor pelas coisas.
No cuidado desse templo
Eu desfruto do que é viver
A saúde que toca as cordas da alma.
Nos olhos marejados de lágrimas,
Nas mãos erguidas aos céus
Ou num sorriso que enche de alegria
Um observador imparcial,
Existe uma história toda especial
E um caminho percorrido
De compreensões, conscientizações e entendimentos.
Quantas reações não são produzidas
Com o simples olhar de ternura!
Quantas mudanças
Não são operadas
Quando eu dou os meus primeiros passos
Com meus pés querendo se afirmar pelas ruas.
É assim que descubro o que é viver
O meu corpo em convalescença
Após um longo tempo enfermado e adoecido.
O meu corpo padece
Com os meus próprios pensamentos
Ou se enternece com os sentimentos
Que brotam num tempo propício,
Sentimentos esses que podem sem demora
Agitar de êxtase o coração.
Eu sou o meu próprio corpo,
Pois na complexidade de meu ser corporal
Reconfiguro de significados o que nele é vivenciado
E esvazio de sentido o que descubro
Ser desprovido de verdade e beleza.
Nesse aspecto do meu ser,
Eu vivo uma grande festa
Em meu próprio silêncio,
Principalnente enquanto descubro
As minhas verdadeiras
Potencialidades corporais,
Preenchendo o espaço
Com os movimentos simbólicos
E com os gestos que deflagram as minhas intenções.
Cada um deles constituem uma parte de quem eu sou
E fazem a poesia da vida no mundo ao meu redor.