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A motivação não é um mero uso que fazemos para sermos bem sucedidos e promovidos em nossa vida profissional, como se ela fosse uma energia à disposição de outra pessoa na administração de seus negócios. Seria essa uma maneira de pensar extremamente coisificante e empobrecedora, típica de uma época que incute a competição predatória em quase todos os setores sociais. A motivação é muito mais a nossa alegria e inspiração no fazer criativo que encontra o seu verdadeiro significado; ou uma intensificação de nossa luta em prol do que verdadeiramente importa, do que verdadeiramente nos dignifica como seres livres e pensantes. Uma autêntica práxis consegue, de fato, ter uma teleologia, uma finalidade para o seu caminhar, que nada tem haver com ânsia de adequação através do excesso de empenho e fadiga, mas tão somente com o desenvolvimento integral de uma vida e com o autoconhecimento que dá acesso á transcendência do ser em constante despertamento. Quem encontrou esse caminho, certamente é menos vulnerável ao esgotamento fomentado por altas doses de exigências sociais e também intrapessoais. Está, na realidade, em busca de sua própria liberdade criativa e de sua formação como ser humano cuja essência é a sua própria existência que se pergunta pelo sentido da vida e pelas realidades últimas da alma e do espírito.