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Nada me desagrada mais do que ver essa sociedade convulsionada por tantas pessoas apressadas, uma sociedade completamente abarrotada de fluxos de carros e de transeuntes preenchendo quase todos os espaços da cidade grande. Mas, paradoxalmente, nada me intriga e me mantém mais desperto do que estar perdido no meio de uma metrópole num fim tarde, sem qualquer pressa para voltar para casa; enfim, observar a loucura da vida moderna composta por uma miríade de seres ambicionando o seu espaço ao sol. Às vezes, o que mais me sinto é um estranho em meio a tantos estranhos no mundo. É com essa esquisitice que me disponho a ser cada vez mais contemplativo no meu prazer meditativo; a partir daí tecer algumas consideraçôes no meu coração, sejam elas amargas ou até apaixonantes da vida.Talvez, essa mistura explosiva de filosofia e poesia fez com que a minha consciência e sensibilidade se tornem ainda mais agonizantes de tais percepções. É por meio dessa mesma consciência e sensibilidade a cada sensação captada no ambiente, que me torno um insólito apreciador do espetáculo alienante desse mundo pós-contemporâneo e implacavelmente consumista. Não deixo de reservar algum momento da minha existência para me distanciar do fluxo alucinante das massas, para me separar um pouco do coletivo, a fim de compreender nossa condição, condição essa entremeada de fatalidades e sofrimentos, além das várias maneiras seduzindo e letargizando o coração da alma humana.