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Desisti de certas situações
Não porque fui fraco,
Incompetente, medroso, incapaz...
Desisti para dar um ponto final
No que já não trazia sentido ou prazer de viver,
Afinal necessitava mais do que nunca
Renovar profundamente a minha vida.
Eu sentia, sobretudo, a urgência de rasgar
Uma cortina de ilusão
Para ver uma fresta de luz se descortinar
Para além de tantas falsas certezas.
Para me desenvolver precisei
Ordenar um certo caos emocional
E fazer algumas podas;
Dar, enfim, uma melhor forma ao meu ser
Ávido de fazer poesia
Em meio as vivências mais significativas:
Tão essenciais ao florescer da alma.
A minha decisão, ainda que angustiante,
É, deveras, a minha maior liberdade
Para dizer um não a alienação,
A atrocidade, a humilhação,
A morte na própria existência...
Por que ser onde já não existe mais esperança
E, menos ainda, o sabor da verdade, da solidariedade,
Da amizade, do amor ou da gratidão?