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Uma pessoa que age como se fosse a detentora da verdade, consegue apenas instaurar conflitos e opressões no mundo em que vive, até porque sabemos que não existe ser humano com qualidade ético-moral para ser o soberano de um saber absoluto, ou ser o senhor possuidor de uma verdade. Quem vive dessa forma prepotente se transforma num grande mentiroso e enganador, pois se tivesse o trabalho de se autoconhecer imediamente reconheceria a pequenez de seu ser em meio aos infinitos do descomhecido que redeiam os estreitos limites da existência humana. Não que não possamos saber sobre a reverberação da verdade e de dar testemunho dela. É até admirável quem assim de forma corajosa vive. Mas, para ser ainda mais interessante, podemos dar testemunho da verdade quando soubermos ser verdadeiros mediante o nosso modo de ser em face de outrem. Professar a verdade só tem sua legitimação quando ela está afinada e em harmonia com a nossa maneira de se relacionar com o nosso mundo circundante. De forma belíssima, Jean-Yves Leloup nos diz que: "Então, não se trata de possui a verdade, trata-se de ser verdadeiro. Isso é muito mais interessante. Entre duas pessoas que pretendem possuir a verdade haverá guerra. Entre duas pessoas que são verdadeiras, haverá um intercâmbio, uma partilha no nível da sinceridade e da profundidade".