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Um povo que dá ouvido a enganos como se eles fossem a apoteose de uma verdade absoluta, é cumplice de sua própria miséria. Lamentavelmente está fadado com a sua covardia a repetir os erros do passado tal como um povo seguindo um líder ao mesmo tempo carismático, autodestrutivo e tirano. E o maior risco para que isso aconteça é a atrofia na capacidade de discernir o que é culturalmente edificante para uma nação do que é culturalmente inaceitável, embrutecedor e degradante. As massas nunca são compostas de seres humanos com sua singularidade e individualidade própria, mas sim de um aglomerado de indivíduos sem rosto ocupando um determinado espaço estrangulado pela agitação e euforia. Nem sempre uma cultura enriquece a vida de uma sociedade; às vezes, ela é uma síntese de perversão e inversão de valores transcendentes, ou então a própria legitimação da crueldade e da violência, levando muitas pessoas a cometerem atos horripilantes pelo próprio prazer de pertencimento, o que pode resultar, inevitavelmente, num impulso coletivo de destruição cada vez mais inusitado e sem precedentes.