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A consciência profunda do nada eminente das coisas ordinárias e cotidianas da vida nos impulsiona ao encontro do infinito na transcendência da existência, no significado das coisas elevadas e sublimes e, principalmente, no amor "que move o sol e as estrelas" (Par. Cap: 33).
Da constatação amarga da evanescência e da brevidade de todas as coisas, buscamos sem pestanejar as realidades imutáveis que nos fundamenta e alicerça, bem como os dons imperecíveis que nunca escapam de nosso ser, ou seja, a caridade, a fé e a esperança: as pedras angulares de todo homem que se ornamenta do ser eterno no edifício de suas existências.
O dom de crer é o que abre o possível na ordem do impossível e a dádiva de amar é o que torna a existência da felicidade mais perfeita sobre todas as etapas e percursos de nosso viver. Já a esperança é o que nos ajuda a viver sem esmorecer e desanimar no meio do caminho da vida. Por fim, da caridade humana fazemos a consumação do amor no seio de todas as coisas.
Dessas qualidades do ser é que se movimenta a luz do espírito divino para fazer as grandes obras perenais, os milagres nos desertos mais inóspitos, o sentido supremo para o andamento de todas as coisas e a possibilidade da redenção na qual o mundo está carente, necessitado e, portanto, profundamente anelante.