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MUNDO DISTÓPICO
Um mundo poluído por informações que desinformam
E por glamoures que sujam a inocência
Em dezenas de cartazes, propagandas e outdoors
Que vendem a ilusão como essências de ideias eternas.
Uma civilização em estado de calamidade
E de um topor para o discernimento
Do que se entende por justiça social
Diante de tantas mazelas e inconsistências.
Tudo vira um motivo para a euforia:
Desde os shows inebriantes de ídolos culturais,
Às partidas acirradas de jogos
Onde todos vibram numa mesma emoção.
Enquanto isso, o silêncio dos desabrigados
Assume um tom ainda mais soturno.
É a vida urbana crua e nua numa sociedade que se degrada
Em face dos grandes flagelos da humanidade.
Produções estratosféricas e inovações que se criam a cada segundo
Faz com que a obsolescência seja a norma da vida social,
Colocando prazos de validade em objetos outrora valiosos
E em corpos humanos onde a alma tampouco é levada a sério.
Nas sombras da impunidade existe um mercado negro
Para vender a vida da dignidade humana:
Um bem inalienável que muitos querem transformar
Em objetos consumíveis e descartáveis.