CORPO, ALMA E ESPÍRITO

Corpo, alma e espírito: eis as dimensões que constituem o ser. Seja no concreto, seja no abstrato; seja no visível, seja no invisível profundamente intuido, podemos alcançar uma certa compreensão da alma e do coração manifestas em cada discurso e intencionalidade. Com a linguagem da poesia, da literatura, do pensamento, da comunicação não-verbal e da fala espontânea de um indivíduo em interação, vemos o descortinar de certos caminhos de escuta para o que há fecundo num ser humano. São maneiras de comunicar o que de enigmático pode vir a se manifestar e o que de mais visível e óbvio pode ser estranhamente ocultado. O que brota nas profundezas do ser é o que as mãos e os olhos podem tão bem confirmar, assim como qualquer parte do ser corporal indicando o seu sentido e grau de acessibilidade. Na proximidade de um abraço ou no distanciar-se de uma repulsa existe o simbolismo do que se pretende comunicar de tão decisivo e importante. Alma, anima ou simplesmente vida é a expressão do que se pretende, nutre ou anseia até no profundo de nosso ser; e o corpo é a vida projetada mediante os movimentos das partes que integram um todo unificado e complexo chamado matéria. Já espírito, logos ou simplesmente sopro, é a luz do sentido expresso no mundo, a palavra que se faz acerca do bom e do belo. É, portanto, diante de tais dimensões do ser humano que qualquer unilateralidade e reducionismos se tornam um tanto quanto superficiais para o desenvolvimento de qualquer conhecimento do que é esse ser a que chamamos homem.