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![]() OS PERIGOS DE EXISTIR Existir é padecermos nesse mundo dia após dia Com as agônicas dúvidas que nunca se findam Enquanto nos entregamos com amor e paixão Aos conhecimentos mais dolorosos e implacáveis.
Existir é nos mantermos incompletos E insatisfeitos nesse breve tempo de nossas vidas... Mesmo assim, sonhamos como poetas Um dia voar nos céus do inescrutável.
Existir é enfrentarmos aquelas lutas permanentes Na esperança de alcançarmos um norte, Ainda que não saibamos ao certo Se um dia iremos poder encontrá-lo.
Existir é sentirmos, na alma, passarem depressa Os melhores momentos da vida. E, apesar de tudo, encarar face a face a morte que nos assola Com as perdas e a velhice de nossos frágeis corpos.
Existir é vivermos em busca perene De consolo no amor que promana De uma outra alma que esteja disposta Na partilha de afetos, beijos e abraços.
Existir é enfrentarmos os perigos De uma doença incurável, Bem como de uma morte eminente Enquanto planejamos o nosso futuro.
Existir é navegarmos nos oceanos Dos sonhos, ideias, vontades e planos. Ao mesmo tempo, é um desafio que nos joga Para perto dos escolhos dos medos e aflições.
Existir é vivermos sob lágrimas e suspiros Enquanto vemos os nossos projetos Desabarem como simples castelos de areia Ou enquanto buscamos com bravura nos reerguer.
Existir é nos aventurarmos pelos abismos do mundo; É, pois, sentirmos a todo o momento um risco inevitável. Existir é uma dor de parto constante e sem trégua Durante o curso de nossas crises e renovações.
Existir significa, em silêncio resignado, Percebermos que somos todos passageiros E almejarmos de maneira inquietante Aquilo que se mantém na esfera do inacessível.
Existir é conhecer as nuances do sofrimento Como seres conscientes de nossa condição, Vulneráveis tanto a finitude inevitável, Quanto a angústia da superação de cada dia.
Existir é espreitar os perigos que rondam o mundo E as fatalidades na vida de todos os seres vivos: Destinados a fome das vontades que se intensificam Em face do vazio da não-concretização. Alessandro Nogueira
Enviado por Alessandro Nogueira em 02/02/2025
Alterado em 05/04/2025 Copyright © 2025. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. Comentários
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