CREPÚSCULO DA HUMANIDADE

    O homem é o único ser da terra que pode produzir coisas engenhosas e cheias de sofisticaçâo, mas, na contrapartida disso, é o único ser que pode muito bem destruir os lugares mais formidáveis do universo para assegurar sua supremacia e controle irrestrito.

   Para ser sincero, há também coisas que o homem cria que são investidas de um potencial profundamente destruidor e, às vezes, podem trazer consequências desumanas para a vida social e quotidiana.

    E embora seja consciente de sua finutude e fragilidade, o ente humano age de maneira discrepante com a sua propria condição: vive como se fosse viver para sempre nesse mundo em que ele construiu para ser de forma fatal e inevitávelmente uma mera obsolescência.

    O ser humano existe e se pensa como o guardião do ser (na linguagem de Heidegger), mas investe todas suas energias para a exploração sistemática que leva a terra a um campo minado, a uma carnificina de conflitos e guerras que jamais levarão a lugar algum. Este mesmo ser que ainda insistimos em falar do seu ser é a criatura mais contraditória. Guarda em si potenciais divinos, mas prefere usar de suas artimanhas para criar o caos, um verdadeiro inferno para todos os viventes, principalmente para os de sua própria espécie.

    A aventura humana de exploração de todos os recursos, o motor do progresso, é, indiscutivelmente, o caminho mais rápido para a derrocada de toda humanidade.