O QUE ME HABITA

Para mim pouco importa:

O julgamento dos insensatos,

A maledicência dos que se julgam superiores,

O falso brilho dos que querem

O destaque a qualquer custo.

O que importa é simplesmente

Ser o que eu sou.

Não, de forma rasa, aquela ponta de ego ferido,

Mas sim o meu ser em profundidade

Que faz com que eu me torne nos dias tristes

Ainda mais forte como uma rocha

Ou uma fortaleza inexpugnável.

Afinal de contas:

Quem pode destruir

A verdade mais pura do ser

Manifesta na beleza de seu caráter?

Irradiada no brilho dos olhos?

Sentida na solidariedade pelos semelhantes?

O poder? As calúnias?

As difamações públicas?

Para mim pouco importa:

Sou habitado pelo senso irresistível

Da verdade e sua justiça,

Mas não porque sou justo e verdadeiro

E sim porque me esforço

Para que minha vida seja

A justiça e a verdade que todos querem para si.

Diante de tantos infortúnios e injustiças

Nada temerei.

Há em mim uma força ou fundamento que fulgura

Como estrelas na noite

E em dias felizes posso ver irradiar do meu ser

O sol da esperança na sua exuberância.