CULTURA DE INJUSTIÇA E IMPUNIDADE

     Através de pequenas situações podemos obter boas intuições acerca de grandes situações, ou melhor, por meio de uma vivência num pequeno grupo de pessoas conseguimos ter uma noção sobre o que se passa nas dinâmicas das relações humanas ou até mesmo na estrutura macrossocial. Às vezes, não é muito difícil adquirir noções de como a catástrofe pode se instalar em certos ambientes, principalmente em organizações empresariais, hospitais e escolas. E indo mais além, é só observar o ser humano em sociedade com todas as suas mazelas para constatar a decadência rondando o seu meio de convívio e interação. Os interesses individuais que desmancham a harmonia de um grupo, as ambições, as porfias, as intrigas, as bajulações e, o que é pior, os meios perversos que muitos usam para obter um destaque maior do que os outros, é entre alguns dos elementos que podem certamente enfraquecer qualquer coesão e arruinar a comunicação interpessoal, gerando grandes problemas de organização e compreensão entre as pessoas. Não precisamos nem ser tão especialistas para entender que o caos no quotidiano do povo brasileiro, seja em qual microcosmo que for, é fruto desses artifícios, cuja artimanha de boa parte das pessoas é o se dar bem a qualquer custo independente se as consequências dos atos trazem prejuízos a integridade de outro ser humano ou ser vivo. Numa cultura onde tais anseios de competição e falcatruas são disseminados como algo normal se torna um terreno fértil para o surgimento de impunidades e injustiças que, consequentemente, não demora para os avanços do retrocesso contra o pleno desenvolvimento da nação. O que o povo brasileiro padece atualmente é o resultado de anos de falta de investimento para o bem comum e das inúmeras impunidades que só arruínam o que muitos constantemente clamam: toda forma de justiça e equidade social.