CRIAÇÃO DE MAZELAS SOCIAIS

     Tudo o que o homem faz e cria tem certamente uma consequência, mesmo que a longo prazo. As tecnologias e suas evoluções ao longo dos tempos facilitou incrivelmente a vida dos seres humanos em sociedade, no entanto reduziu drasticamente, além de muitos empregos (e que se tornaram infelizmente tão inócuos e obsoletos hoje em dia), algumas habilidades humanas exigidas em épocas onde tudo dependia de sua força física e dos seus esforços cognitivos, a fim de propiciar melhores condições econômico-sociais. O problema não é só esse. Na verdade, a extrema dependência de realidades virtuais fizeram com que milhares de pessoas perdessem as suas próprias consciências do mundo em que vive e a necessidade de um contato mais pronfundo com o cheiro, o gosto e a beleza das coisas singelas e naturais. As pessoas deixaram de viver uma realidade onde podiam melhor perceber a essências das coisas para se perderem em realidades simuladas que as deixam cada vez mais trancafiadas numa prisão sem grade, ao mesmo tempo em que se tornaram mais e mais embriagadas por tamanha sofisticação impulsionada pela rapidez de inúmeros comandos e processamentos. Até os crimes ficaram mais bem elaborados, eclodindo aqui e acolá violações onde a justiça de todos os países precisaram se atualizar caso quisessem solucionar as grandes mazelas sociais de sua sociedade. Embora sejamos conduzidos a um mundo de novas possibilidades e facilidades nunca antes vistas, nos perdemos cada vez mais num vislumbre doentil de toda essa artificialização da existência, emergindo nesse cenário o que era de se esperar algumas décadas atrás: indivíduos acríticos, alheios aos seus semelhantes e a cada dia que passa mais aneatesiados pelo fascínio do progresso tecnológico. As inteligências artificiais e o engenho de poderosos sistemas de comunicação avançaram de forma tremenda, apesar de pouco terem contribuido para o que mais importa: o desenvolvimento das relações interpessoais.